terça-feira, 20 de dezembro de 2011

MÁGICA


O silêncio era sepulcral. Todos esperavam avidamente pelo grand-finale. O gelo seco rasteiro ajudava no
clima místico. Após ser vendado, amordaçado e acorrentado por mais de vinte metros de grossas correntes, sete cadeados intransponíveis, nosso intrépido ilusionista, nossa esperança quimérica foi sedada e encalacrada em um diminuto baú.
O baú foi cuidadosamente colocado em um tanque de águas infectas por piranhas famintas por suas fiéis e inebriantes escudeiras e um tecido foi içado, escondendo toda a ação. Em poucos minutos de alta expectativa, o pano foi solto e revelou um baú escancarado e correntes arrebentadas. As piranhas estavam assando em uma churrasqueira, nem sinalde nosso ilusionista. E eis que do fundo da platéia, ele surge seco e intacto, correndo em direção ao palco, ovacionado por uma incrédula massa humana. Isto sim, que ilusão, mas foi isto que elenos proporcionou.
O enganador de sentidos fez apenas isto, nos enganou, nos iludiu, mágico mesmo é quando seus amigos de mais de trinta anos de convívio passam uma aprazível tarde de sábado com você somente batendo papo sem truques, David Coperfield, cuide-se.


Fonte:www.oldjonescyclestuff.blogspot.com

Um comentário: