quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A HIERARQUIZAÇÃO (E A INQUIETAÇÃO!) DA INFORMAÇÃO


Caros amigos, companheiros de jornada, usuários de veiculos de duas rodas, gente diversa e versada em discutir sobre como desfrutar da motocicleta, do espirito do motociclismo e dos relacionamentos em grupo.

A maneira como fui educado diz muito sobre o que penso a respeito do mundo hoje, e penso que seja assim para qualquer pessoa. Não ter tido pai, acredito embora não seja especialista em psicologia freudiana, se reflete na maneira com a qual encaro ordem e organização. Isso diz muito sobre mim.

Deveria aproveitar esse momento para detalhar as sensações sentidas e as experiências vividas, mas não consigo desdizer o que afirmei anteriormente. Afirmava que a meritocracia teria sucumbido ao autoritarismo, mas mesmo depois de tudo resolvido percebo um certo resquício de autoritarismo, posto que em nenhum momento, e apenas no meu ponto de vista, foi defendida a não-hierarquização da informação.

Houve defesa de todos os tipos, resolução dos problemas pessoais, retomada da liderança, concientização dessa mesma liderança e até a tentativa de superação da crise. Consolidação das decisões, demonstração de afeto, de companheirismo, depoimentos emocionados que beiravam acusações, todos finalmente aliviados, exceto eu mesmo.

Sempre digo que quero ser igual a maioria, ao cidadão médio, aquele que pensa como a massa e que as vezes não tem nenhuma observação a fazer, cobro até as vezes esse tratamento. Mas nunca dá certo. O cérebro inquieto fervilha de idéias e de observações as vezes pertinentes, as vezes não. Ninguém é perfeito mas eu sou o mais imperfeito dos seres. Ser perfeito não queria, bastava ser comum, mas me parece impossível.

O que eu realmente queria, acredito, era estar errado. Não que eu nunca esteja errado, ao contrário eu erro bastante. Mas dessa vez eu realmente queria errar, não ver o que vejo nem sentir o que eu sinto. No meu entender ainda há mudanças na definição do objetivo, afim de limitar a área de atuação e a influência do público no particular.

Vou esperar a constituição de fato, os novos documentos, antes de emitir um julgamento errado sobre as decisões de homens emocionados e avidos por continuarem caminhando juntos. Comungo desses sentimentos. Sinto falta do bando também. Mas minha cabeça não está preparada para mais atitudes radicais. Me pergunto as vezes se não estou sendo infantil ou ate mesmo covarde. Se não estou servindo de estorvo ao crescimento e amadurecimento do grupo. Só o tempo vai me dizer isso.


E assim, vou andando só, em dupla ou em bando sempre que der, sem forçar e sem sofrer e sem culpa.


Texto: Joel Gomes – Acadêmico das Ciências Sociais e colaborador de blogs sobre motociclismo

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