terça-feira, 18 de outubro de 2011

DO YOU WANNA DANCE?

Caros amigos, companheiros de jornada, usuários de veículos de duas rodas, gente diversa e versada em desfrutar de motocicleta, do espírito do motociclismo e dos relacionamentos em grupo.           
           No momento certo eu explico esse título. Primeiramente gostaria de enfatizar que não preciso lembrar a nenhum dos senhores a sensação de andar de motocicleta. Mas insisto: a viajem Recife-Maceió é fantástica, se desconsiderarmos o trecho de 3 quilômetros em Palmares: muito buraco, muitos caminhões carregados de cana-de-açúcar e muito perigo.
            Mas as benesses de ser motociclista e de ser boa gente começam logo na primeira parada. Sem colete, ficava difícil ser tido como motociclista ligado a um moto clube, se não fosse o fato de estar acompanhado de uma motociclista próspero de um moto clube conhecido e a bolha da minha Kansas ter alguns adesivos. Eis que vem um integrante de um grande moto clube vem e me cumprimenta. Combinamos de seguir juntos, pois ele não gosta de andar rápido, mesmo numa Boulevard, e minha amiga eu estamos com o motor refeito, em fase de amaciamento. Casou o gosto com a necessidade.
            Como não sabíamos onde seria o evento, já que nem ela nem eu tínhamos ido ao Maceió Cycle anteriormente, deixamos que o nosso companheiro ligasse para alguém o recepcioná-lo e ai pegaríamos a carona. Assim aconteceu. No fim da tarde ainda demos um passeio em grupo pela orla de Maceió. Muito bom.
            O evento em si parecia meio vazio, o camping tinha pouca gente e achamos que ia ser desanimado à noite. Mas não foi bem assim. Encontramos Pernambucanos, andamos pelos stands, o velho Chileno estava lá, e quando a primeira banda entrou já não cabia nem moto nem pessoa dentro do pátio de exposições. Das três bandas do evento destaco a segunda, pelo estilo de música, e pela desenvoltura do guitarrista. Fantástico.
            Pode-se dizer que a noite foi bem tranqüila, apesar de ter rolado um atrito entre três rapazes e alguns membros de um dos moto clubes participantes do evento, e eu não recebi o abraço amigo que sempre ganho, fazer o que? Aceitar. Uma amiga me diz que algumas coisas não são para entender “são para aspirar como essência, ou nem assim” diria Drummond.
A única ressalva que eu faço é para o camping: de 0 a 10, daria nota 4. Estava limpo e tinha ar condicionado mas também muito barulho até umas 5h da manhã, impossibilitando o sono. A primeira coisa que ouvi quando deitei foi “eu perguntava: do you wanna dance?”, frase da musica do Roupa Nova interpretada por uma voz feminina...
            Com o motor amaciando, a chegada foi em cima dos 80Km/h, e a volta não podia ser diferente. Pela manhã de domingo, saímos para ver as praias, ao menos as próximas. Paramos em um restaurante para tomar café da manhã, as 10h. Na entrada, a garçonete nos atende mais o dono do restaurante nos observa, o que me dá uma certa aflição, então, fiz uso de minha simpatia para que ele se aproximasse. E não é que descubro mais Pernambucano ou “Alambucano” como ele mesmo se denomina, perdido entre as BRs de Maceió?
            A baixa qualidade de alguns trechos da estrada atrapalha um pouco, mas como tenho por regra “devagar e sempre”, fomos e voltamos sem nenhum atropelo. Saldo positivo poder-se-ia dizer, mesmo sendo na maior parte do trecho apenas duas motocicletas. Poucas paradas, tranqüilidade mesmo. E mesmo preferindo andar em bando, há momentos onde se tem um efeito parecido sem as benesses da estrutura do moto clube. Quase tudo e possível.

            E assim, vou andando em dupla e em bando sempre que der, sem forçar e sem sofrer. É isso.
           
Texto: Joel Gomes – Acadêmico das Ciências Sociais

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