quarta-feira, 29 de junho de 2011

PILOTAGEM NAS COXAS - LITERALMENTE!



Curva para a direita, joelho esquerdo pressiona o tanque!

A moto se caracteriza por ser um veículo que só existe quando está em movimento. Daí a origem do nome, já que “moto”, em latim, significa “movimento”. Ao contrário dos carros, quando uma moto se movimenta ela se auto-equilibra pela ação das rodas, porque todo corpo circular em movimento tende a se equilibrar quanto maiores forem a velocidade, o perímetro ou a massa (peso) do corpo. Essa força invisível, chamada de efeito giroscópico, mantém a moto equilibrada e é contra ela que temos de brigar na hora das curvas.

Quando a moto está em linha reta, em equilíbrio, nem precisamos fazer muita força: basta acelerar e frear. É nas curvas que o nosso corpo terá de trabalhar para vencer essa força e mais outra que mantém os veículos em suas trajetórias, chamada de inércia.


Parece que as leis da Física não gostam de moto, porque toda vez que um motociclista precisa virar isso exige um pequeno esforço físico. Para não brigar contra a Física o motociclista precisa usar o corpo e aí que entram as pernas e pés.


Quando Deus estava projetando a gente ele já sabia que iríamos pilotar motos. Claro, afinal Ele é Todo-Poderoso e sabia das coisas antes de todo mundo. Por isso Ele nos equipou com um corpo todo feito para pilotar motos. E quando escrevo “todo o corpo” é todo mesmo, da cabeça aos pés. Ele nos deu pernas com os músculos maiores, mais elásticos e mais resistentes do corpo.

Na briga para a moto fazer a curva é essencial que ela se incline para o lado da curva. Esse ato de inclinar (ou deitar) a moto é que será o maior responsável pelo sucesso na luta contra as leis da Física. Isso exige força, e basta uma rápida olhada no espelho para percebermos que temos mais músculos nas pernas do que nos braços!


A ação para deitar a moto na curva começa com a ponta do pé pressionando a pedaleira para o lado interno na curva. Se for uma curva para a esquerda, pressione a pedaleira esquerda, forçando o pé esquerdo para baixo. Em seguida o piloto precisa pressionar o tanque da moto com o joelho da perna externa à curva. Nesse exemplo, na curva para esquerda, o motociclista pressionará o tanque com o joelho direito, como se quisesse amassar o tanque com o joelho.

Para que a ação seja eficiente e não exija força exagerada é fundamental respeitar a postura correta dos pés. Todas as motos (que não sejam custom) exigem que o motociclista mantenha apenas as pontas dos pés nas pedaleiras. Hoje em dia é comum ver motociclistas pilotando apenas com o calcanhar nas pedaleiras e a ponta do pé apontada para baixo.

Isso representa um enorme risco de o pé atingir algum obstáculo no solo e dobrar sobre a pedaleira. O que pode causar uma grave lesão, além do desequilíbrio da moto.


Ao apoiar apenas as pontas dos pés nas pedaleiras o motociclista consegue controlar melhor os movimentos, equilibrar a força aplicada nos pés e também tem maior capacidade para sentir tudo que se passa com a moto.


Jamais mantenha a ponta do pé direito repousada sobre o pedal do freio. Muita gente acha que essa postura reduz o tempo de reação na frenagem, mas não é verdade, senão todos os motoristas seriam obrigados a dirigir carros com um pé apoiado no pedal de freio. O correto é frear e depois voltar a ponta do pé para a pedaleira. Além de não reduzir o tempo de reação, quando o motociclista mantém a ponta apoiada sobre o pedal do freio, sem perceber, encosta no pedal, que é suficiente para fazer as pastilhas encostarem no disco.

Depois de algum tempo o freio superaquece, assim como a pastilha, que transmite o calor pro fluido. Aí, quando o motociclista for usar o freio traseiro descobrirá que está “borrachudo”, porque o fluido superaqueceu. Canso de ver motos na estrada, em plena reta, com a luz de freio acesa!


Texto originariamente publicado no MOTITE em 09/12/2009
e com reprodução integral autorizada pelo autor para
http://www.motonauta.com.br



Foto: Café Filho

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