terça-feira, 7 de junho de 2011

Pilotar uma moto e a relação com o sono, drogas, medicamentos e álcool



Sono

O sono e direção (ou pilotagem) são parceiros em inúmeros acidentes no trânsito. Alguns motoristas/motoclistas estão mais sujeitos ao sono e esta relação hoje é bem estudada. Podemos citar como exemplos o uso de medicamentos, as horas prolongadas dirigindo/pilotando, cansaço prévio às viagens, obesidade, refeições “pesadas” durante as viagens e noites mal dormidas ou viagens após farras como acontece no período do Carnaval e outros feriados.



Drogas Lícitas (medicamentos)

É indiscutível que as drogas influenciam negativamente na condução veicular. Muitos medicamentos usados de rotina podem reduzir o tempo de reação, que é o quanto se demora pra perceber o estímulo e executar a ação.

De acordo com o tipo de droga usada o condutor pode reagir dirigindo/pilotando com euforia, agressividade, sonolência, alucinação, visão turva, negligência, etc.

Alguns medicamentos usados podem influenciar na condução, como por exemplo: antialérgicos (polaramine, celestamine, hixizine), analgésicos (tylex, tramal), antirelaxantes (tandrilax, mioflex), antidepressivos (tryptanol, tofranil, anafranil), ansiolíticos (lorax, lexotan, diempax), antiepilépticos (gardenal, hidantal, tegretol), antieméticos (plasil, dramin), hipoglicemiantes (diabinese) entre tantos outros.

Como se vê, às vezes não é a doença que contra indica a direção, mas o tipo de medicamento usado no seu tratamento. Alguns requerem cuidado e impedimento em dirigir/pilotar principalmente em vias de trânsito rápido como estradas. Converse sempre com o seu médico sobre os seus remédios e o risco de se guiar uma moto.



Drogas Ilícitas

- Maconha: principais efeitos: relaxamento e lentidão dos reflexos e ações. Perturbação na capacidade da pessoa em calcular tempo e distância. Tempo de reação reduzido.

- Cocaína e Crack: ambos levam a agitação e agressividade. Estimula guiar em alta velocidade e agressividade. Também altera o tempo de reação e perda da sensibilidade na tomada de decisões, como exemplo provocar freadas bruscas sem necessidade também por perda da noção de velocidade-distância. O condutor tende a fazer manobras bruscas e mudanças de direção e faixa de maneira súbita sem necessidade.



Álcool e direção

Dentre as substâncias psicoativas consumidas, o álcool é, estatisticamente e pelo amplo e legalizado uso, a mais danosa das drogas relacionadas à direção e acidentes.

O álcool é uma substância que se difunde rápido por todo o organismo tendo a sua absorção iniciada já no estômago. No entanto atinge o interior de todas as células interferindo no mecanismo de respiração celular.

O álcool promove alterações funcionais significativas desde pequenas doses, variando de pessoa a pessoa. Há alterações motoras, psíquicas e de percepção. Também aumenta a agressividade e reduz a atenção.

Segundo a OMS o álcool é responsável por cerca de 40% das mortes no trânsito. A partir do momento do acidente causado por um motorista/motociclista alcoolizado, uma sucessão de eventos oneram a sociedade como um todo, desde a retirada das vítimas, remoção ao hospital, tratamento hospitalar e até mesmo o pagamento de benefícios enquanto não retornem ao trabalho, sem contar os que ficam inválidos e perdem o sustento da suas famílias. Cerca de 30% dos pacientes com lesões medulares ou encefálicas foram vítimas de acidentes de trânsito e eles, com seus familiares, carregarão pelo resto da vida suas limitações dolorosas.

Os acidentes de trânsito são eventos passíveis de prevenção. Todos temos ou conhecemos uma história triste sobre acidentes de trânsito envolvendo entes queridos e muitas vezes o uso do álcool faz parte dessa história.

Espero que através desta nova especialidade eu possa contribuir para que o prazer que nós brasileiros temos pelos veículos automotores e o ato de dirigir seja cada vez mais seguro e realizado de modo responsável.


Fonte: escrito por Dr. Rodrigo Cavalcanti Gonçalves - Diamantes do Asfalto - Diamantina/MG

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