quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

SER MOTOCICLISTA

"Algumas pessoas perguntam o que é ser motociclista. Para uns basta ter habilitação para conduzir motocicletas, para outros ter uma moto de grife na garagem e participar de dois ou três encontros por ano é suficiente. Outros ainda, põe no mesmo saco motociclistas, motoqueiros e motoboys. Afinal de contas, qual a melhor definição? Acho que nunca vai existir uma e não importa o quanto as pessoas procurem entender.

O que melhor explica, talvez seja uma mistura de fatores internos e externos, coisa difícil de colocar em palavras. Penso que se existisse uma única palavra para resumir tudo, certamente essa palavra seria LIBERDADE. Ou talvez CORAGEM. Pois, para se conseguir a tal liberdade, é preciso coragem para enfrentar a reprovação de alguns, às vezes até de todos. Coragem de gastar seu dinheiro numa motocicleta e em tudo o que diz respeito à ela, acessórios, equipamentos de segurança, conservação, etc. Também é preciso coragem para levantar depois da queda e seguir no caminho, coragem para ser ousado e ser sempre arrojado. O poeta disse: "marcados a ferro ..." eu diria mais: marcados a ferro, gasolina e coragem!!!

Ser motociclista é entender porque o cachorro sempre anda de carro com a cabeça do lado de fora. É ter oportunidade de estar com pessoas com o mesmo ideal e sempre com boas histórias para contar. É passar horas cuidando de sua paixão, colocando um acessório, ajustando algo ou simplesmente tirando a poeira da última viagem. Ser motociclista é passar o máximo de tempo em cima da moto, é sentir a liberdade que a sensação do vento nos proporciona, é escolher sempre os caminhos mais longos e cheio de curvas para nossas viagens. É rodar, rodar, rodar e querer sempre rodar mais.

São momentos extraordinários, únicos, que só entende quem tem o prazer de sentir na alma, sem nunca cansar, a cada passeio, a cada viagem, ou mesmo naquele simples encontro com os companheiros, em nossa cidade mesmo, que só pelo fato de se estar de moto, já se tornam momentos especiais.

São sensações únicas e as possibilidades infinitas, sendo que todas as limitações são exclusivamente nossas. Sempre generosa, a motocicleta está sempre pronta a nos proporcionar prazer, pedindo nada em troca. Só precisamos saber cuidar bem dela.

Tanto podemos ir devagar, sentindo a paisagem com o coração e curtindo a companhia da garupa ou dos amigos, como podemos, de um momento para outro, acelerar forte, voando baixo, fazendo curvas com o joelho próximo ao chão, interpretando as reações e necessidades da máquina em alto giro, num limiar que beira a perfeição.

Ser motociclista é tudo isso, é coisa que está no sangue e toca na alma. Fazendo uma analogia, para aqueles que ainda não entenderam: que grande jogador de futebol começou jogar bola depois que se estabilizou na vida profissional? Todos, sem exceção, começaram quase ao mesmo tempo em que começaram a andar, ou quase isso.

Ser motociclista não foge à regra. Ninguém se transforma em motociclista. Nascemos com isso no DNA, isso mesmo!!! Talvez por isso alguns digam que é uma doença. Loucura para outros.

Vai se manifestando à medida que o tempo passa. Aprendemos a andar com os pés, com a bicicleta, terminando em cima da moto. Para terminar: ser motociclista é um caso de amor!

Por Sergio Eduardo Bizari

Fonte: lesmasriders.com.br

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