segunda-feira, 21 de agosto de 2017

UM POUCO DE AR

     Depois de um bom tempo imerso resolvo submergir e fico um tanto surpreso com o que tenho presenciado nesse pouco tempo de retorno a duas rodas, tenho visto que a essência da cultura biker vem sendo engolida pela modernidade e tecnologia e isso era inevitável pois vivemos em constante evolução, mais será que lá atrás a idéia era essa em que vivemos hoje?


     Por tudo que leio e pesquiso da cultura biker vejo muitas diretrizes enraizadas em cada região geográfica mais aqui no Brasil temos uma mistura de todas e tipo uma mistura de água e óleo, onde o tipo de moto e potencia da moto definem os grupos sociais “não os mc” tenho visto o velho prazer morrer pela facilidade do dia a dia, e com isso alguns sinais simples entre pessoas também, esta e perdendo o prazer de mexer e aprender a fazer a manutenção de sua moto, esta se ficando mais individualista nas estradas, onde era algo mágico encontrar outro motociclista no caminho e se cumprimentar e fazer amizade, hoje me deparo com pessoas que cumprimentam outra pelo tipo de moto e ou pelo estereotipo dela e fico abismado com tal atitudes, e quando encontramos alguém parado na estrada simplesmente não sabem o que aconteceu com a moto porque não sabe o que o mecânico fez e aguardam o reboque, lembro-me muito bem de todos os perrengues que já passei e posso dizer com toda certeza que foi neles que aprendi o que realmente é o motociclismo old school , a geração passada ainda resiste quanto a modernidade enquanto nos classificados de jornais o alto numero de anúncios de vendas e trocas de motos são enormes e isso é totalmente diferente de um tempo atrás onde era um casamento a compra de uma moto, criava-se laço afetivo com a maquina e em pouco tempo até nome era dado as motos, hoje posso dizer que o amor esta um pouco esquecido e jogado de lado pela nova geração que se aproxima, e a necessidade de ter uma moto apenas para deslocamento e não por ideologia é gritante.

     Não sei o que espera de nós no futuro, mais estou prevendo que será uma festa enorme toda vez que um velho motociclista com sua moto toda surrada e de alta quilometragem chegar ao seu destino, ai eu pergunto, vale a pena perder o espírito para a modernidade?

     Ainda tenho esperança no surgimento de uma geração que desenterrará nossa cultura a fundo, pois não quero me tornar tão rápido um pedaço de texto contanto uma história ou uma foto pendurada na parede onde vão contar minhas historias como algo impossível de ser realizada no futuro cada vez mais presente.

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