quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

AS GANGUES E A FORÇA CRIADORA DAS PALAVRAS


Caros amigos, companheiros de jornada, usuários de veículos de duas rodas, gente diversa e versada em discutir sobre como desfrutar da motocicleta, das viagens e dos relacionamentos em grupo, e de nós que driblamos os problemas da vida andando de motocicleta, salve.

O título sugere certo conflito, o qual atrever-me-ei a explicá-lo ao longo deste.
Muito se fala, neste momento do século 21, sobre preconceito lingüístico, semântica, pronúncia disto e daquilo, acentuação e outras variantes temas discutidos pela gramática normativa e refutados pela lingüística.
Mas, como a língua é dinâmica, ao longo do tempo sofre modificações não só na pronuncia, mas também no significado. Dessa forma erótico não tinha nenhuma conotação sexual quando foi concebida, mas sim apenas de ajuda ao próximo.

Agora, modificando o assunto em direção a observação de grupos, que o que eu me proponho neste, pode-se verificar a tendência do ser humano atentar mais para os defeitos das coisas e das pessoas do que para as respectivas qualidades.
Então, quando se classifica um grupo de Gangue, sempre se pensa apenas no significado pejorativo: grupo organizado de malfeitores, segundo alguns dicionários.

Mas como tudo tem mais de uma interpretação, todos os seres humanos têm lados A e B, bom e ruim, será mesmo possível assegurar que toda a gangue que se forma é o resultado da organização de criminosos? Será mesmo que depois de todos os processos civilizatórios pelos quais passamos (os sete bilhões de habitantes ou ao menos os que não estão marginalizados), só podemos nos reunir em grupos se for para praticar crimes?

A meu ver se trata de mais um grande preconceito, onde a palavra gangue foi utilizada para designar alguns grupos que causaram desordem e criaram uma imagem negativa, mas significativa na mídia. E como todos sabem, a imprensa só mostra o que vende e no jargão deles notícia boa não é noticia.

Sou de gangue sim. Mas não nos escondemos, ao contrário, nos vestimos com símbolos que nos identificam a distância. Fazemos questão de pagar os nossos impostos para podermos cobrar e até protestar. Servimos e criamos condições para que todos os que nos acompanham, fazendo parte ou não, possam colaborar com o próximo também.
Tem gente ruim em nosso meio? Claro que sim, mas como em qualquer outro meio há. Porém não temos culpa e nem o controle sobre o fato de que as noticias que mais vendem são sempre as ruins.

Quem sou eu? Joel Gomes – acadêmico das ciências sociais, motociclista, colaborador e próspero do Brokk MC, transcrevendo sentimentos para o blog Sem Fronteiras.

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