segunda-feira, 8 de julho de 2013

NÃO ME CHAME DE IRMÃO SE NÃO ME CONHECER... CERTO OUERRADO?



Recentemente li em um fórum, uma pequena cronica sobre o uso da palavra "irmão" como tratamento pessoal, e entre as varias respostas postadas pelos usuários, percebi claramente que boa parte, sequer sabe o que significa tal palavra, principalmente entre os motoqueiros, o que me levou a essa consideração sobre o tema. Nós do Black Horse, sempre fizemos questão de frisar, que sempre consideramos cada um, seja motoqueiro ou não, em seu devido lugar. Assim temos nossos amigos, nossos colegas, nossos conhecidos e também nossos irmãos.

Desde nossa fundação, consideramos o uso dessa palavra, como bem diz sua etmologia : " irmão, do latim Germanum, cujo significado é , do mesmo pai ou mesma mãe ou de ambos". Traduzimos isso como, "do mesmo sangue".

É claro e óbvio que não estamos entrando no mérito da questão, que diz respeito ao mesmo tratamento dentro de diferentes situações, tais como religiosas, místicas, etc. Nossa referencia esta sendo apenas e tão somente em relação aos motociclistas ou não, amigos ou conhecidos do nosso Clube.

Temos uma origem, que é nosso Clube, sob o qual todos nos abrigamos, tal qual os filhos se abrigam sob os braços dos pais. Portanto , se existimos em função de um pai comum ( nesse caso o Clube), somos irmãos, porem, não basta isso para que usemos esse termo. Se faz necessário que alguns pontos sejam determinados e assimilados por quem se abriga sob o mesmo pai, e entre eles estão, a vontade, a certeza, a responsabilidade, a respeitabilidade, a confiabilidade, etc.

Até então, o pretendente é nosso amigo e como tal terá sempre de cada um de nós (BH) toda atenção merecida, assim como agimos com centenas de amigos, conhecidos e colegas.

Superadas as fases preliminares, só aí e aí sim, vem o ponto principal do Clube e de qualquer Clube tradicional, que é a fraternidade entre seus membros. Com a certeza que será para sempre, o então amigo é devidamente iniciado ou seja, presta seu juramento, em cerimonia fechada, exclusiva aos membros do Clube. É nesse momento que deixa de ser nosso amigo e passa a ser nosso Irmão, e como tal será tratado a partir de então, quando sabemos que aquele antes, amigo, passou a fazer parte de um só corpo, um só sangue e um mesmo espírito, que é o espírito estradeiro.

Os amigos continuarão sendo amigos, mas os irmãos são aqueles aos quais confiaríamos nossa própria vida, com a absoluta certeza que estaríamos seguros.

Desde que começou o modismo de tal tratamento, percebemos que perdeu muito do seu conteúdo original. É humanamente impossível se considerar como irmão, alguém a quem nem sequer conhecemos, SALVO SE, vejam bem, SALVO SE, tal tratamento for empregado de forma popular ou popularizada apenas como uma forma de tratamento, e que nesse caso, nada significaria. Seria o mesmo que "oi camarada" ou "ola cara".

Para nós, é algo bem mais que uma forma de tratamento. É um juramento, um acôrdo inquebrantavel, uma escolha e uma opção.

O leitor poderá dizer, mas então isso fica restrito ao seu Clube.

A resposta é não, embora se assim fosse seria perfeitamente natural, (poderia até não ser normal, mas seria natural), haja visto a quantidade de organizações religiosas, esotéricas e exotéricas, místicas, e etc.. que utilizam esse tratamento apenas e tão somente inter membros. Mas no nosso caso e de vários clubes tradicionais, não é assim.

Em principio existem os clubes afilhados, que antes de serem apadrinhados, passam a integrar a mesma egrégora do BH, e os temos como irmãos de fato. Depois vem os clubes, com ligações sejam profissionais ( sim, os clubes trabalham também, ou acham que a grana para manutenção e assistência aos membros cai do céu), sejam por afinidades ideológicas, sejam por associação, enfim, por varias e varias razões, passam de comum acordo considerarem-se clubes irmãos. E nesse caso não ha distinções entre nós..se são nossos irmãos, são nossos irmãos iguais.

E claro, cada um de nós, individualmente, temos nossas vidas, e temos ou fazemos parte de uma ou mais atividades, que tambem possam usar essa forma de tratamento, porem, sempre dentro de cada contexto.

Portanto amigos leitores, acredito que esteja bem esclarecido e explicado porque não compactuamos com a banalização dessa forma tão séria e importante de tratamento.


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