terça-feira, 15 de março de 2011

A ARTE EM DUAS RODAS

Qual é a moto dos seus sonhos? Para uns, pode ser uma simples fora-de-estrada para se divertir em trilhas nos finais de semana. Para outros, uma luxuosa estradeira, própria para viagens longas com os amigos do motoclube. Entretanto, há quem queira algo mais exclusivo. É aí que entra o trabalho do designer e piloto mineiro Pedro Diniz Chernicharo, que se especializou na customização de modelos da marca norte-americana Harley-Davidson.

O conceito, que consiste em uma série de mudanças visuais e técnicas, ganhou força em todo o mundo com o reality show American Chopper. Exibido no Brasil em um canal de TV a cabo, o programa mostra o dia a dia de uma família dos EUA que produz motos personalizadas ao estilo Easy rider e que já utilizou até mesmo a arquitetura de Brasília como inspiração.

Como nos personagens da atração televisiva, Pedro pilota desde pequeno e se inspirou no pai, Antônio José Lemos Chernicharo (mais conhecido no meio como Tom Zé). “Ando de moto desde os sete anos e sempre gostei de modificar minhas coisas, como carrinhos e até bicicleta. Hoje faço motos e acredito que um dia vou fazer um carro”, revela.

Seu trabalho de customização existe desde 2004, quando começou mexen­do na moto de um amigo, mas ganhou for­ça na metade do ano passado, depois que deixou de vender motos em sua loja na avenida Raja Gabaglia para se dedicar em tempo integral à oficina, que funciona junto à metalúrgica do pai em Contagem. É lá que Pedro projeta e constrói suas criações.

Construção essa que varia intimamente de acordo com o gosto do proprietário da moto. “Alguns clientes entendem do assunto e já sabem o que querem mudar. Mas a maioria deseja mesmo uma roda maior e uma cor chamativa, não tendo ideia da dimensão do serviço. Por isso costumo orientar sobre quais partes mudar e as cores que mais combinam”, diz Pedro. A preferência pelas Harley-Davidson vem da intimidade com o comércio de motocicletas importadas. “É uma marca com grande disponibilidade e variedade de peças”.

De pequenos detalhes, como retrovisores, a customização passa pela adoção de pneus maiores até chegar a um ponto onde somente o motor original foi mantido. “É o que chamamos de chopper, onde tudo foi personalizado, incluindo guidão, quadro, pedais e freio”, conta. Exemplo desse tipo de transformação é o próprio exemplar utilizado por Pedro, uma Sportster 883 de cor preta, que em nada lembra a Harley-Davidson anterior e teve o motor ampliado para 1.200 cilindradas. O ronco da moto, ensurdecedor, é marcante. “Lembra muito o ruído dos carros com propulsor V8 e chama mais a atenção nas ruas”, comenta.

Quanto tempo demora e quanto custa o trabalho? “Pode variar de um mês a um ano e custar de 10 mil reais a 150 mil reais, ou mais”, ironiza o customizador. Sua clientela? É composta por empresários, advogados e médicos cujo lazer é sonhar em duas rodas.

O que muda em uma moto customizada


1 – Farol: Se já não for, passa a ser cromado. O formato arredondado é uma espécie de pré-requisito, em alusão a modelos clássicos

2 – Guidão: Quase sempre arredondado, pode se tornar reto ou ficar em posição mais elevada

3 – Carenagem: Ganha formas que seguem o estilo de cada projeto, cores vivas e, dependendo do gosto do dono, decoração alusiva

4 – Banco: Adeus ao garupa. Só há espaço para o piloto, com direito a couro em tons de marron ou preto

5 – Rodas: Exageradamente grandes atrás e calçadas em aros mais finos na dianteira, podem ser coloridas ou, quase sempre, cromadas

6 – Pneus: Acompanham as medidas elevadas das rodas

7 – Lanterna: Deixa a posição central no pára-lama traseiro para ficar do lado esquerdo da roda

8 – Motor: Ponto mais sensível da transformação, pode ter sua cilindrada aumentada e ruído estridente, como em carros preparados

Colaborador: Joel Gomes

Fonte: http://www.revistaencontro.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário