Quando se fala em apoio aos motociclistas de viagem, muitas pessoas se assustam entendendo equivocadamente que são OBRIGADOS a hospedar o viajante por exemplo, e isso não é uma regra, muito menos uma obrigação, trata-se de amor ao motociclismo e a toda sua filosofia, dentro das suas condições e possibilidades obviamente.
O que é dar apoio a um estradeiro? Dar apoio é recebê-lo em seu destino, orientá-lo sobre pousadas, hotéis, restaurantes e oficinas com menores preços. É convidá-lo para uma reunião do seu MC oferecendo um churrasco de boas vindas, é alertá-lo sobre bairros e ruas mais perigosas, dar informações necessárias para que sua estadia na cidade seja tranquila e coisas desse tipo.
Louvável se você pode hospedá-lo e tratá-lo como a um irmão, quando você tem disponibilidade de passear mostrando pontos turísticos de sua cidade e oferecendo o seu melhor.
Creio que todos gostariam de oferecer tudo de bom para um irmão estradeiro, mas nem sempre o tempo, a condição financeira e as obrigações do dia-a-dia o permitem, mas geralmente fazem o que podem.
Falo isso porque muito ouvi sobre grupos de apoio a estradeiros, participando por anos de um, onde a grande maioria "fugia" na hora de receber um motociclista em sua cidade. No grupo em que participei, sinceramente todas as vezes que fiz viagens longas, entrava em contato com membros de várias cidades e ninguém respondia, quando estava em outro destino, aí sim, se comunicavam, por isso decidi sair, vendo que a proposta inicial não correspondia com a realidade. Hoje não é diferente, a pesar de muitos grupos que surgiram pregando a mesma ideia, alguns motociclistas que fazem parte desses grupos, são os primeiros a correr da raia. Não estou generalizando, claro que existem grupos sérios que apoiam de verdade e o apoio é total e esses merecem todo o nosso respeito, falo sobre alguns integrantes de certos grupos que estão fazendo parte apenas para aparecer.
O grande lance é: se vc não te condições de entrar em um grupo de apoio, não manche o nome dele!...
O grande problema é quando o motociclista chega ao destino, não consegue falar com o contato que foi indicado, pq sempre o celular está desligado (já o faze de propósito), aí então por acaso vai passando um motociclista de coração bem na hora que o viajante está aflito por não conseguir falar com o único contato que tem, e é esse motociclista sem grupo de apoio que o acolhe, orienta, hospeda e o faz se sentir em casa, um bom exemplo disso em meu estado é o da Família Tartarugas de Mossoró, que é conhecida internacionalmente por "catar" e apoiar esses motociclistas que por lá passam nessa situação.
Quanto aos créditos... Muitos desses que não ajudam, não recebem e só passam depois no local onde o estradeiro foi acolhido, dando as desculpas esfarrapadas de sempre, vão lá fazer a foto para divulgar nas redes sociais e ter a cara de pau de dizer: "Apoiando o motociclista tal, vindo de tal lugar", é mole?
Fui muito apoiada em várias cidades do Brasil e do exterior, mas por motociclistas que amam a irmandade e respeitam cada km rodado por alguém que deixa sua casa, seus familiares, seus medos e incertezas e apenas quer compartilhar bons momentos da mesma filosofia e do mesmo amor às estradas.
O grande Câncer do motociclismo hoje é a VAIDADE, onde muitos querem ter apenas o status de algum cargo importante, mas na realidade nada fazem e são na maioria os anônimos que abraçam o motociclismo fazendo dele a sua segunda família: apoiam, ajudam, se comprometem com o código Biker que não está escrito em nenhum papel, mas em seu coração.
Gente simples, mas gente que se alegra em apoiar.
Texto: Sandra Oliveira
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