O tema é recorrente, porém sempre está sujeito a uma nova impressão, seja ela técnica, política ou meramente poética.
Integrar um grupo de motociclistas é muito mais que apenas ter uma motocicleta.
É ter o espírito alimentado pela liberdade, pelo companheirismo e pela solidariedade. Entre as impressões acima citadas, fico com a poética pelo fato de traduzir melhor o real intuito que nos une como reais irmãos de estrada.
A ótica técnica é cartesiana e competitiva, levando em consideração o domínio da máquina sobre o homem, independente de sua destreza em pilotar. Potência do motor, sistema de freios, aerodinâmica, etc, são os principais aspectos a serem admirados na busca de quebra de tempos e recordes nas competições, coisas irrelevantes no âmbito dos Moto Clubes.
No campo político a motivação pode estar associada a ânsia pelo poder e por uma certa rigidez hierárquica que pode ofuscar o prazer em fazer a reunião de todos os membros, tornando os encontros um exaustivo cumprimento de protocolo.
Obviamente que a existência de um estatuto é extremamente salutar e norteador para as ações do clube, acentuando o compromisso, compartilhando responsabilidades e evitando abusos de seus membros em detrimento ao grupo. Poeticamente (poèsis, do latim), remete a ideia do "fazer". Do fazer com prazer guiado pela estética, pois o belo agrada nossos sentimentos e, sob a ótica aristotélica, funde-se a lógica e a ética.
Como dito acima, integrar um grupo de motociclistas é muito mais que apenas ter uma motocicleta. Veja o caso de um rapaz que se deslocou de sua cidade, de ônibus, motivado em participar de um aniversário de um Moto Clube. Fato meramente normal se o mesmo não tivesse como seu meio de locomoção uma cadeira de rodas. Outros deslocam-se confortavelmente em seus automóveis servindo como carro-de-apoio ao grupo.
Esses são pequenos exemplos que comprovam que o grande objetivo é reunir motociclistas e simpatizantes numa confraternização onde as conversas, boas gargalhadas, música agradável, comidas e bebidas, formam o substrato propício para o sucesso dos eventos, servindo como uma válvula de escape da correria estressante do dia a dia. As cilindradas das máquinas podem variar bastante, mas todos possuem a mesma quantidade de válvulas no coração.
Isso é o que vale e o que conta, pois são a bicúspide e a tricúspide que trabalham em conjunto com nossos batimentos cardíacos e nos tornam aptos a pilotar, a namorar, a sonhar, enfim, a viver.
obrigado por publicar meu texto. grande abraço.
ResponderExcluirnão precisa agradecer Rogério, euque agradeço por você enriquecer a nossa cultura com esse texto! o blog esta sempre a disposição de pessoas como você que engrandece o movimento!
ResponderExcluir