Os velhos, agora, estão ficando de fora. Eles estão diminuindo em número. Esses individualistas com roupas e caras surradas são uma triste perda para a cena Americana.
Ás vezes eles, os verdadeiros, ainda são vistos. Algumas vezes em grupos, não tão numerosos quanto há algum tempo, outras vezes apenas um.
Um biker que ficou firme por um longo tempo na vida que ele ama, nunca se rendendo a um sistema que te suga como um redemoinho se você escorregar apenas um pé para dentro dele.
Ele tem seus chegados. Uns poucos como ele, que cuidam e protegem uns aos outros, agarrando-se ao único estilo de vida verdadeiro que resta. Como velhos dinossauros, seus rostos são enrugados e calejados, mas seus olhos, ainda aguçados e atentos.
Alguns tem barbas e tranças grisalhas, outros mancam e sentem dores nos rins. Mas ainda assim eles sabem que nenhuma outra vida é vida de verdade, as outras são meras jornadas deprimentes com destino à monotonia das pessoas.
Eles observam os novos e viram as costas, sabendo que eles nunca conhecerão a vida na estrada ou as mulheres que a suportam.
Mulheres selvagens e amantes, que os acompanhavam porque também gostavam dessa vida. Mulheres de coração selvagem e alma leal. É disso que se precisa.
Os novos são reluzentes e jovens, e um pouco limpinhos demais. Eles nasceram num sistema que agora tem pulso forte. Os novos nunca conhecerão e não seriam capazes de levar "a vida".
Acho que é um mistério, até para os mais velhos, o motivo de eles terem escolhido essa vida, mas essa vida é deles, e é a única que eles vivem. Quando o último biker cair será como com os dinossauros, o sol vai se pôr e levar com ele uma raça de homens com corações de ouro, duros como uma rocha e de espírito livre, que amam e protegem o que é deles até o último instante.
Num sistema global, que faz das pessoas bonecos fabricados, a terra será um lugar muito mais sem graça.
Quando o último biker cair.
por Maddog - American Veterans M.C. (Military Club)