quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

VALE A PENA LER DE NOVO, "QUANDO O ÚLTIMO BIKER CAIR"


Os velhos, agora, estão ficando de fora. Eles estão diminuindo em número. Esses individualistas com roupas e caras surradas são uma triste perda para a cena Americana.

Ás vezes eles, os verdadeiros, ainda são vistos. Algumas vezes em grupos, não tão numerosos quanto há algum tempo, outras vezes apenas um.

Um biker que ficou firme por um longo tempo na vida que ele ama, nunca se rendendo a um sistema que te suga como um redemoinho se você escorregar apenas um pé para dentro dele.

Ele tem seus chegados. Uns poucos como ele, que cuidam e protegem uns aos outros, agarrando-se ao único estilo de vida verdadeiro que resta. Como velhos dinossauros, seus rostos são enrugados e calejados, mas seus olhos, ainda aguçados e atentos.

Alguns tem barbas e tranças grisalhas, outros mancam e sentem dores nos rins. Mas ainda assim eles sabem que nenhuma outra vida é vida de verdade, as outras são meras jornadas deprimentes com destino à monotonia das pessoas.

Eles observam os novos e viram as costas, sabendo que eles nunca conhecerão a vida na estrada ou as mulheres que a suportam.

Mulheres selvagens e amantes, que os acompanhavam porque também gostavam dessa vida. Mulheres de coração selvagem e alma leal. É disso que se precisa.

Os novos são reluzentes e jovens, e um pouco limpinhos demais. Eles nasceram num sistema que agora tem pulso forte. Os novos nunca conhecerão e não seriam capazes de levar "a vida".

Acho que é um mistério, até para os mais velhos, o motivo de eles terem escolhido essa vida, mas essa vida é deles, e é a única que eles vivem. Quando o último biker cair será como com os dinossauros, o sol vai se pôr e levar com ele uma raça de homens com corações de ouro, duros como uma rocha e de espírito livre, que amam e protegem o que é deles até o último instante.

Num sistema global, que faz das pessoas bonecos fabricados, a terra será um lugar muito mais sem graça.


Quando o último biker cair.
por Maddog - American Veterans M.C. (Military Club)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

SURUBIM OLD BIKES


No dia 31 de janeiro de 2016 o Surubim Old Bikes vem resgatar o velho e bom encontro de motociclistas com uma proposta voltada a velha escola do motociclismo, vamos prestigiar?
O evento esta marcado para iniciar a partir das 10h na sede dos Cowboys do Asfalto da Cidade de Surubim-PE com balcão de peças antigas e churrasco 0800.

Contatos: e-mail : eraldopio@yahoo.com.br 
Eraldo / Ginaldo / Ilário Fone: (81)98053030 / 9914-9065 / 9203-6383

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

PORQUE GOSTO DE MOTOCICLETA!


Ninguém me pergunta se eu gosto de sorvete, de ver televisão, de dirigir carro... O que a moto tem de diferente ? O que o motociclista tem de diferente ?

Acho que temos a vontade que o mundo seja diferente. O motociclista gasta menos o mundo – e, com isso, sobra mais do mundo para os outros e para nós. Se existe diferença, é na capacidade de perceber que temos mais opções. Não existem caminhos impossíveis para um motociclista. Podemos ver de um jeito diferente, podemos ousar mais, podemos afastar-nos um pouco do rebanho.

Existe muita coisa no mundo que dá prazer, e andar de moto é uma delas. Quando ando de moto, sinto que formamos um único ser, perfeitamente integrado, com uma vontade única (quase sempre...). Na moto, a condução pode ser curtida a cada instante, e não faz parte de uma obrigação – a obrigação de ir trabalhar, de ir ao médico, de ir para a escola.

Como tenho a vantagem de morar um pouco mais afastada do Plano Piloto, aproveito a meia hora que levo até o trabalho para conversar comigo. Livro-me de telefone tocando, televisão dirigindo meus pensamentos, rádio, Cd, gente. O som do motor parece natural, e é engraçado como eu também me torno natural. Paralelamente os meus eus que conversam, exigem uma outra Fernanda, que é um animal (no sentido zoológico...). Integro-me de maneira total ao ambiente, alerta a cada movimento dos outros animais. Acho até que tenho a capacidade de adivinhar o que eles vão fazer. Não há passado nem futuro – só a atenção máxima, só o presente, uma coisa instantânea. E ainda há espaço para sentir mais a natureza – principalmente quando está chovendo e esqueço a capa em casa.

Os gurus da ciência da Administração e dos Departamentos de RH ainda não descobriram como as qualidades de um bom motociclista são perfeitas para a empresa. Onde achar alguém com maior habilidade em lidar com incertezas, de se manter intacto num ambiente muitas vezes hostil, completamente imprevisível – e ao mesmo tempo ser capaz de prever, de analisar em frações de segundo todas as variáveis envolvidas numa situação e tomar a decisão acertada ? No mundo do motociclista não pode existir a palavra erro.

Tenho a vantagem de passar por engarrafamentos com menor perda de tempo. Sempre acho uma vaga para estacionar em qualquer lugar – e é mais fácil achar uma na sombra. Só “pego” o sinal fechado uma vez – não sou obrigada a ficar naquela fila de carros vendo o sinal abrir e não dar tempo para eu passar. O os quebra-molas ? Lá perto de casa são onze, e passo de lado ou direto por cima (tenho uma XT600E). O preço da gasolina aumentou ? Não faz muita diferença.

Bom mesmo é andar de moto, e não ficar escrevendo sobre como é bom andar de moto. Tchau ! 


Texto: Fernanda Fernandes

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

VALE A PENA VER DENOVO "VIAJAR DE MOTO"


Muitas vezes sou questionado por amigos não motociclistas o porquê de viajar de moto, e não de carro. Não é fácil explicar o porquê de se empreender viagens de motocicleta. Como explicar que as razões se encontram encravadas no meu íntimo?

Como explicar o prazer, o desafio o sabor de conquista, as sensações que sentimos? Por mais que eu me esforce e tente explicar, não encontro as palavras e os motivos de me aventurar pelo mundo nesse maravilhoso veículo de duas rodas.

Os mesmos tipos de desafios passei quando velejava na classe Laser, um pequeno veleiro para um único velejador. Quanto frio... as mãos calejadas, esforço físico demasiado, o corpo queimado do sol, sede, uma batalha em cada competição que participava. Esforço solitário no cockpit, ventos fortes, ventos fracos e o veleiro sempre avançando no meio do nada.

Viajar de moto não é barato, seguro nem confortável. Porque então? Não estamos protegidos das intempéries, das pedras, dos pássaros, não temos som, não temos ar condicionado, nossa bagagem vai em bolsas, amassa tudo, molha, é difícil de encontrar os objetos, de carregar e amarrar diariamente a bagagem. Porque então viajar de moto?

E a mulher, a namorada, a chamada “garupa”? Já pensou se ela não preferiria estar ao seu lado, tirando pequenos cochilos, ao invés de estar agarrada, balançando, na expectativa de uma parada para ir ao wc? O motociclista estradeiro que encontrou a mulher-garupa deve agradecer aos céus.

Com a experiência de 50 anos de motociclismo digo aos amigos: - É mais fácil comprar uma bela moto estradeira de 1.000 cc do que encontrar a “garupa ideal”.

De uns anos para cá, com mais idade e experiência deixei a batalha na busca dos horizontes no mar e me dediquei totalmente ao motociclismo, muito menos cansativo, mas com maior risco fisicamente. Em nossa vida, vamos vencendo os desafios e colecionando sucessos. No motociclismo me sinto assim a cada partida para uma nova aventura. Quando chego a minha casa e entro com a motocicleta na garagem, sinto-me como os aventureiros que atravessam oceanos ou escalam paredões rochosos – um vencedor, com apenas algumas desventuras, como sempre, facilmente contornáveis, me convenço de que moto é um sonho no qual você viaja.

Depois de um longo trajeto, escapando de buracos, acidentes, besouros, cabras e tantas coisas mais, como frio, mão dormente, dor na bunda, caminhões irresponsáveis, vento, chuva e chegamos finalmente a um hotel ou pousada, NUNCA será como a casa ou a cama da gente. Todos os dias em todas minhas prazerosas viagens senti saudades de minha casa.

Viajar de moto é paixão, é curiosidade incontrolável de ver ou rever estradas e paisagens, de sentir liberdade, a sensação de risco, se sentir no mesmo dia frio, calor, medo, saudade. Quem ainda não entende esse espírito aventureiro, questiona os amigos motociclistas sobre o motivo de suas longas e difíceis viagens ou travessias. Para mim que conheço os desafios, o charme, e as dificuldades, viajar de moto é uma questão de apenas viver a vida sobre esse veículo transmissor de emoções.

Esses são os meus motivos.

Autor: Otavio Araujo “Gugu” - 67 anos, motociclista há 51 anos. Administrador de Empresas e empresário da construção civil, roda atualmente em uma Honda Varadero V 1.000

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

RECORDAR É VIVER "O PRAZER"


Eu piloto puramente, e somente, porque é divertido.

Eu piloto porque eu desfruto da liberdade que sinto ao estar exposto aos elementos e da vulnerabilidade ao perigo que é intrínseca à pilotar.

Eu não piloto porque está na moda pilotar.

Eu piloto minha máquina, eu não a visto. Minha máquina não é um símbolo de status. Ela existe simplesmente para mim, e somente mim. Minha máquina não é um brinquedo. Ela é uma extensão do meu ser, e eu a tratarei de acordo, com o mesmo respeito que tenho por mim mesmo.

Eu me esforço para entender o funcionamento interno da minha máquina, do mais básico ao mais complexo. Eu vou aprender tudo que puder sobre minha máquina, de modo que eu não dependa de ninguém além de mim para sua saúde e bem-estar.

Eu me esforço para melhorar constantemente minha habilidade de controle sobre minha máquina. Eu vou aprender seus limites, e usar minha habilidade para me tornar um só com minha máquina, de modo que nós possamos manter um ao outro vivos. Eu sou o mestre, ela é o servente. Trabalhando juntos em harmonia, nós nos tornaremos um time invencível.

Eu não temo a morte. Eu farei, no entanto, tudo que for possível para evitar a morte prematura. Medo é o inimigo, não a morte. Medo na rodovia leva a morte, então eu não vou deixar que o medo me domine. Eu vou dominá-lo.

Minha máquina viverá mais que eu. Assim, ela é meu legado. Eu vou cuidar dela para que futuros motociclistas possam admirá-la, assim como eu a admirei, quem quer que eles sejam.

Eu não piloto para ganhar atenção, respeito, ou medo daqueles que não pilotam, e nem quero intimidá-los ou perturbá-los. Para aqueles que não me conhecem, tudo que eu desejo deles é que me ignorem. Para aqueles que desejam me conhecer, eu compartilharei com eles a verdade sobre mim, para que eles possam me entender e não temerem outros como eu.

Eu nunca serei o agressor na estrada. No entanto, se outros mexerem comigo, a agressão deles será lidada da maneira mais severa que eu puder infligir sobre eles.

Eu vou mostrar respeito para com outros motociclistas mais experientes ou sábios que eu. Eu vou aprender com eles tudo que eu puder.

Eu não vou mostrar desrespeito para com outros motociclistas menos experientes ou sábios que eu. Eu vou ensiná-los tudo que eu puder.

Será minha tarefa ensinar novos motociclistas, que assim desejarem, sobre o estilo de vida dos motociclistas, de forma que a raça continue. Eu vou instruí-los, assim como eu fui instruído por aqueles que vieram antes de mim. Eu vou preservar e honrar as tradições dos motociclistas que vieram antes de mim, e vou passá-las inalteradas adiante.

Eu não vou julgar outros motociclistas em sua escolha de máquina, sua aparência, ou sua profissão. Eu vou julgá-los apenas na maneira como eles se comportam como motociclistas. Eu tenho orgulho dos meus méritos como piloto, mas mesmo assim não vou me gabar dos mesmo para outros. Se eles perguntarem, eu vou compartilhá-los.

Eu vou estar preparado para ajudar qualquer outro motociclista que realmente necessite da minha ajuda. Eu nunca pedirei a outro motociclista que faça por mim algo que eu possa fazer por mim mesmo.

Eu não sou um motociclista de meio-período. Eu sou motociclista a qualquer hora ou lugar onde estiver. Eu tenho orgulho de ser motociclista, e eu não escondo meu estilo de vida de ninguém.

Eu piloto porque eu amo a liberdade, independência e o movimento do chão sob mim. Mas acima de tudo, eu piloto para melhor me entender, entender minha máquina, as terras por onde passo, e para encontrar outros motociclistas como eu.

Autor Desconhecido

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

SIGNIFICADO DA ÁGUIA E ÍNDIO NO MOTOCICLISMO DE ESTRADA


Alguns de nós tem estampada em suas motocicletas ou camisetas a figura de uma águia.
Outros, tem a águia na atitude e personalidade.

Esta é uma ave muito especial, é a que mais tempo vive além de ser a que voa mais alto, quase sempre em voo solitário. Ficam lá no alto, olhando o azul infinito. Alguma vez já pensou onde vão as águias quando a tormenta vem ? Onde é que elas se escondem ? Elas não se escondem… Abrem suas asas, que podem voar até 90 km por hora e enfrentam a tormenta.
Enquanto todo mundo fica às escuras, embaixo, elas voam vitoriosas e em paz, lá em cima. Quando chegam aos 35 anos, estão com as penas velhas, o que as impedem de voar, as unhas e o bico estão compridos demais, curvados, impedindo-as de se alimentar. Então, numa atitude instintiva e de coragem pela sobrevivência, procuram um lugar alto, próximo à uma rocha onde batem as unhas até que se quebrem.

Em seguida o bico. Batida após batida, até cair. Enquanto isso, são alimentadas por outras, para que sobrevivam. Quando as unhas começam a crescer, ela vai arrancando as penas, uma a uma. Após aproximadamente 150 dias está completo o processo e ela parte para o vôo de renovação, com mais anos de vida pela frente. Mas as águias também morrem. Quando sentem que chegou a hora de partir, não se lamentam nem ficam com medo.
Tiram as últimas forças de seu cansado corpo e voam aos picos mais altos, quase inatingíveis, e aí esperam resignadamente o momento final.
Até para morrer são extraordinárias. Os índios e símbolos indígenas também são muito usados por motociclistas pelo sentimento de liberdade que representam....

Copio abaixo o depoimento de M. A. Soares Diretor do Navarro Highway M.C. de Bragança Paulista:

O motociclismo é um estilo de vida que tem o poder de transformar homens comuns em super-heróis que cruzam o asfalto com suas possantes máquinas de sonho. Ser motociclista é valorizar a amizade e o companheirismo dos colegas da tribo, ter o prazer de se evadir da realidade de uma vida monótona e rotineira, saindo sem destino pelo mundo afora, sentindo o vento bater no rosto, no peito,o sol abrasando a pele por baixo das roupas de couro ou o frio que congela as mãos do guerreiro da estrada.
Ser motociclista é sentir um arrepio na pele ao ouvir o ronco do motor da moto, sentir as batidas do coração, que aceleram no mesmo ritmo que ela.
É enfrentar os riscos e perigos para viver essa paixão incontrolável, pela qual se vive e muitas vezes se morre, sempre em busca da emoção de quem vive nas estradas um sonho real de liberdade e glória. Amar o motociclismo é também acompanhar nosso ego em seus encontros e viagens.

É saber dividi-lo com outras duas amantes: a estrada e a moto, sem nunca disputar a prioridade no coração do Guerreiro Estradeiro, por saber que o páreo é duro. Ou então ficar esperando por ele, contando os minutos para que ele volte de sua solitária jornada, na certeza de que, por mais distantes que sejam os caminhos percorridos, aquele índio motociclista voltará para casa, encharcado pela chuva, com o capacete embaixo do braço e as roupas sujas de lama, como uma águia cansada que volta para o abrigo do ninho depois de um longo vôo, esperando para enfim tirar dele aquela armadura de couro negro e aconchega-lo em nosso peito, até o momento em que apareça uma nova viagem...


Fonte: http://daddy-roadmachine.blogspot.com.br/