quarta-feira, 26 de setembro de 2012

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

UM POUCO DE HISTÓRIA "ROUPAS DE COURO"




De uns anos para cá surgiram no mercado global diversas empresas que produzem vestimentas especiais para motociclistas. Mas até poucos anos, praticamente só se usavam roupas de couro e mesmo hoje, muitos motociclistas ainda só as utilizam.
Essa matéria não visa fazer um comparativo entre os diversos tecidos e o couro, utilizado por motociclistas, e sim, apenas de contar um pouco da história das tradicioanais roupas de couro no mundo das motos. O pós-guerra trouxe mudanças no comportamento das pessoas, gerando novos estilos de vida, mais radicais, especialmente expressos por novos modos de vestir, introduzidos pelos jovens, formando movimentos que literalmente vinham das ruas, o street-style (estilos de rua).

Neste mesmo período a motocicleta, que começou a ficar em evidência a partir de 1942, devido a Segunda Gerrra Mundial, passa a ser difundida através de filmes emblemáticos, do universo cinematográfico, criando um forte impacto no imaginário popular. "Wild One" de 1954, estrelado por Marlon Brando e as corridas de motocicleta em Hollister, na California, foram os elementos determinantes para o surgimento do street-style bikers. Marlon aparecia em "Wild One" como o líder de uma gang de motociclistas... sua imagem no poster do filme, vestindo uma Perfecto, a jaqueta de couro preta, em cima de um moto, lhe conferiu uma impactante atitude de rebeldia e angústia.

O estilo bikers (que em inglês significa motocicleta), propagou com força total a subcultura, muito mais do que os estilos de rua da década anterior, os Zooties e os Rhinestone Cowboys. Como a partir do início dos anos 50, a moda não é mais ditada pela alta costura, e sim pelas ruas da cidade, que passaram a apresentar inovações, um novo conceito do novo. Tudo mudou... Os padrões foram invertidos, alterando para sempre o establishment e a resistência da sociedade às mudanças, que agora aconteciam em um ritmo mais acelerado.
Para melhor compreender a força abrangente do estilo biker é preciso conhecer a origem do movimento e sua trajetória. O ponto de partida: tudo começou com retorno dos jovens soldados americanos, que vieram da Segunda Guerra.

Estes rapazes não queriam mais usar um terno, uma gravata e um corte de cabelo comportado. Eles não mais se encaixavam no modelo americano de uma casa standard (padrão), equipada com aparelhos domésticos, um carro standart, crianças e cachorro.
A adrenalina ainda corria em suas veias, devido ao excitamento da guerra... e era muito difícil para estes rapazes, a maioria pertencente a classe trabalhadora, aceitar a conformidade das coisas, era quase que impossível para eles carregar sacolas de supermercado, para quem carregou metralhadoras B17.

Muitos destes jovens pilotaram aviões e motocicletas durante a guerra... Porém, este modo de transporte foi somente um foco simbólico para um estilo de vida que era radicalmente diferente de tudo o que tinha sido antes. Reunidos em gangs com nomes como "The Booze Fighters" (os percursores dos Hells's Angels), estes jovens mudaram por completo o aspecto do New American Way. E foram seguidos por milhares de outros jovens na América, e depois em Londres e vários lugares da Europa, todos fortemente influenciados por Brando, sua moto e sua jaqueta de couro! Perfecto, a indestrutível jaqueta de motocicleta usada por Brando em "The Wil One" é o clássico rebelde uniforme, que nasceu com o propósito de ser bem usual. Idealizada em 1928 por Schott Bros., a jaqueta proporcionava proteção ao corpo, no caso eventual de um acidente, e foi distribuída diretamente aos motociclistas através do fabricante das motos Harley Davidson.

A Perfecto foi criada por Irving Schott, que se uniu ao irmão Jack, Irving e Jack, filhos de imigrantes russos, abriram em 1913 sua empresa no East Broadway, em Manhattan, fabricando peças impermeáveis, que protegiam do vento e da chuva. Em 1925, a Schott Bros. introduz blusões com feche éclair (zíper), no lugar de botões, e em 1930 passou a vender jaquetas de couro para os pilotos da Força Aérea Americana... Quando em 1954, Marlon Brando surge em "Wild One", em uma motocicleta, vestindo a preta jaqueta de couro Perfecto torna-se um implacável sinônimo de rebeldia... E até hoje esta imagem permanece mítica! Fundamentalmente, o sucesso do movimento bikers se deve ao estilo diferenciado de vestir e a sua bad atittude. Enquanto, por muito tempo, o clássico alfaiate da cidade fazia réplicas de ternos, atendendo ao desejo dos jovens locais de ser "dress up", os bikers desafiaram as convenções sociais de modo estilístico e ideológico, o que no final possui o mesmo significado.

Os bikers vestiam roupas velhas, gastas de tanto usar, que mostravam sua escabrosa experiência na estrada: a preta jaqueta de couro Perfecto, que muitos destes jovens bikers haviam trazido da guerra, o jeans surrados com a barra da calça virada e boots. Em uma cena de "Wild One" aparece o seguinte diálogo irônico: "Ele tem uma moto, ele tem uma Perfecto, e ele tem uma garota.
Como ele ainda não está satisfeito?" O que os jovens bikers aspiravam: ser eles mesmos, sem se preocupar em seguir convenções sociais, sem desejar ser aceito por ninguém... e o que hoje todo adolescente deseja... perambular com estilo! Claro, a Segunda Guerra serviu para elevar o status de certas peças de vestuário - mais notadamente a jaqueta de couro.
Enquanto no início da guerra a elite militar aparecia em fardas ornamentadas com medalhas de ouro, a partir do envolvimento efetivo dos EUA, após o bombardeio em Pearl Harbor, mostrou os militares vestindo a jaqueta de couro, a mesma que os bikers agora tomaram como o seu uniforme. Porém, assim que a jaqueta de couro passou a "pertencer" aos bikers, sua associação com heroísmo foi deliberadamente minada.

A associação da jaqueta de couro, então, passou a ser com a bad attitude. Os Bikers, no final dos anos 40 e início dos 50's, representaram o radical surgimento da subcultura motorizada e obviamente foram os precursores das gangs de motos, "uma sociedade com parâmetros estabelecidos sob duas rodas".
Devido à época do pós-guerra, mesmo que por acaso, sem grandes intenções e ideologias, eles os bikers, mudaram notavelmente o curso da história contemporânea!

A partir de então, a Perfecto, a preta jaqueta de couro, com a qual os bikers se rebelaram contra todas as convenções (sociais, políticas, culturais,...) tornou-se um ícone estilístico e encadeou o conceito do street-style. Esta é a prova de que os bikers, dramaticamente e vividamente, mais do que qualquer outra subcultura, introduziram as noções de alternância e transtorno, a "chave de ignição" que deu partida a novos e diferentes estilos de vida... todos seguindo na carona do rock'n roll (a música pop).
Depois dos bikers, outros estilos de ruas adotaram a Perfecto, em especial os ton-up boys (tribo urbana motorizada que surgiu em Londres); os rockers (início dos anos 60, eles adoravam decorar as jaquetas com bottons), os greasers (meados dos 60's) e os punks (final dos anos 70 e início dos 80's). Sensual e sem excessos, mas repleta de detalhes funcionais, a jaqueta Perfecto, esta peça em couro preto, através de décadas, tornou-se um veículo de mistério masculino e alienação, com um leve toque de drama.

A Perfecto veste a reputação de qualquer um que a use, de modo instantâneo, por isso é tão adorada por top models e fashionists. As mulheres pegaram emprestado este ícone estilístico e a adotaram em seu guarda-roupa. Desde o seu surgimento no cinema, em "Wild One", a Perfecto tem sido reeditada em vários estilos (do prêt-à-porter à alta-costura); a leitura de seu vigoroso glamour é imediata, sua aparência é impactante e proporciona a quem usa, a possibilidade, no instante em que a veste, de reinventar a si mesmo, de seguir pelos múltiplos caminhos da subjetividade...


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

COMO CONDUZIR UMA MOTO AO VENTO E À CHUVA

ATENÇÃO E RESPEITO


Dependendo da sua experiência de condução, habilidade, preparação e tolerância ao risco, conduzir uma moto ao vento e à chuva pode ser um desafio divertido ou assustador se não estiver bem prevenido.Saiba como conduzir uma moto ao vento e à chuva e salvaguarde a sua segurança e a dos outros utentes da estrada.

A condução ao vento e à chuva: um processo de aprendizagem

Alguns moto riders evitam conduzir ao vento e à chuva, principalmente andar de moto no inverno em áreas com muita precipitação anual. No entanto, mais cedo ou mais tarde, todos os motociclistas acabam por ter de enfrentar as más condições atmosféricas contra ou a favor da sua vontade.Quando surgir a necessidade de conduzir ao vento e à chuva, deve pensar que isso faz parte de um processo de aprendizagem único que lhe vai permitir desenvolver novas habilidades e competências como motociclista.

Andar de moto ao vento e à chuva é assim um desafio que separa os bons dos maus condutores.

Por exemplo, quando os ventos estão fortes e se encontra a chover muito, as corridas de MotoGP não são canceladas, o que significa que a máquina e o homem se conseguem adaptar às exigências do mau tempo.

Quais os acessórios indicados para conduzir uma moto ao vento e à chuva?

Se existem momentos em que a maioria dos riders concorda com a escolha de um capacete que cobre toda a cara, andar à chuva é seguramente um deles. Sem proteção facial, as gotas de água da chuva e os ventos fortes parecem picadas de abelhas quando o motociclista viaja a alguma velocidade.Por outro lado, ter roupa apropriada também é vital para combater a chuva e as fortes correntes de vento que se fazem sentir ao volante de uma moto. Existe equipamento próprio para andar de moto no inverno, como o fato térmico, a balaclava, as luvas e o calçado com sola de borracha, entre outros acessórios mas, o mais importante é que o motociclista se mantenha sempre quente e confortável para viajar com a máxima segurança. Quando os meses frios se estiverem a aproximar, deverá testar o seu equipamento num dia chuvoso perto de casa, pois ao fazê-lo conseguirá conviver bem com a chuva e com o vento em vez destes estragarem o seu dia e a sua viagem.

Quais os aspetos a ter em conta na condução de uma moto ao vento e à chuva?

Para conduzir uma moto ao vento e à chuva com a máxima segurança, é necessário atentar para os aspetos seguintes:
A tração da moto: A água da chuva faz com que o asfalto fique mais sujo, o que faz com que os pneus da moto percam parte da sua aderência. Depois das primeiras chuvadas, as sujidades e os resíduos de óleo e de combustível acumulados na estrada formam uma camada escorregadia que dificulta a travagem de um veículo de duas rodas.Uma forma de testar a tração de uma moto passa por prender, de uma forma rápida e cuidadosa, o travão traseiro. Trata-se de um teste que também funciona com o piso seco e é uma forma de ver como o pneu está a “agarrar a estrada”. Deve ser feito apenas numa parte plana da estrada e não em curvas, caso contrário a roda traseira sairá de linha.No entanto, os moto riders devem ter em atenção que existem determinadas zonas de risco na condução de uma moto ao vento e à chuva como, por exemplo, os pavimentos que foram recentemente pintados, reparados ou alcatroados, algumas superfícies de concreto e estradas com gravilha, areia ou óleo.

Como andar em segurança

Naturalmente, as palavras de ordem para andar de moto em segurança numa estrada molhada são: reduzir a velocidade e ter muito cuidado com as manobras realizadas. Assim, deve manter o corpo relaxado para a moto andar normalmente e usar os travões de uma forma progressiva e não de uma maneira abrupta. Além disso, deve acelerar suavemente e andar numa velocidade acima da recomendada, de modo a evitar derrapagens da roda traseira.

A aquaplanagem acontece menos com um pneu de moto arredondado do que um pneu de automóvel, mas, quanto maior for a velocidade e o tamanho do pneu, maiores serão as possibilidades de derrapar. Os pneus de chuva têm mais furos que os pneus secos de alto desempenho para escoar melhor a água, o que faz com que adiram melhor à estrada.A visão do motociclista e a visibilidade da motoQuando as condições climatéricas são desfavoráveis para a prática da condução de uma moto, os motociclistas devem deslocar-se para o centro da faixa de rodagem, de modo a serem vistos por todos os utentes que circulam na estrada. Tenha em atenção que devido à cortina de água que é provocada pela chuva e pelo embaciamento dos vidros dos carros, os condutores dos automóveis também podem ter muitas dificuldades de visão. Assim sendo, deve manter os máximos da sua moto ligados para ver melhor e para ser visto e identificado por todos.

Os óculos ou lentes amarelas e cor de laranja também podem ajudar a acuidade visual de um motociclista, especialmente na condução durante o dia, pois faz com que o ambiente seja mais claro e não tão soturno. As cores refletivas e de alta visibilidade são também muito importantes, pois, identificam o motociclista e mostram o local que ele ocupa na estrada. É por isso que os capacetes e os fatos térmicos têm muitas cores fluorescentes e brilhantes.

Os ventos e as trovoadas

Existem vários tipos de motos com carenagens muito leves e estas geralmente são mais suscetíveis aos ventos laterais. Dessa forma, é necessário que o motociclista se incline ligeiramente contra o vento para se manter equilibrado. No entanto, deverá estar pronto a compensar essa ligeira inclinação se o vento parar subitamente. Tenha também em mente que não é aconselhável andar de moto quando está a trovoar, principalmente se estiver na zona de ação dos relâmpagos, uma vez que existe a possibilidade de ser eletrocutado.

A importância da distância de segurança

A condução segura de uma moto implica que os motociclistas mantenham uma distância de segurança dos outros veículos que circulam na estrada. Quando as condições atmosféricas são adversas, a velocidade de andamento deve ser menor e a distância de segurança que separa todos os veículos deve ser maior. No entanto, muitos riders que tendem a seguir muito de perto a traseira de um automóvel não conseguem mudar os seus hábitos quando está a chover. Ao fazerem-no, estão a colocar a sua vida e a dos outros em perigo, pois, o risco de ocorrer um acidente ou uma fatalidade por não respeitar as distâncias de segurança é muito grande.



Atenção e boas estradas.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A IMPORTÂNCIA DO DESCANSO



Tá certo que scooter é muito confortável, mas dormir andando numa estrada não dá. Não há informações se havia ligações com bebida, mas ...na Rússia... Bem, vale como dica apenas lembrar que scooter é uma moto como qualquer outra. Exige perícia, atenção e equipamentos (cadê o capacete dela?). A moça do vídeo não teve nada disso, mas teve muita sorte de sair viva e praticamente ilesa.


Fonte: www.blog-do-tiozao.blogspot.com

terça-feira, 11 de setembro de 2012

TEM INÍCIO A 5ª TEMPORADA DE SOA




Depois de revista a 4º temporada e umas espreitadelas aqui e ali aos traillers e sneak peeks que foram aparecendo estas últimas semanas, a ansiedade já é mais que muita hoje dia 11 de setembro de 2012 tem início a mais nova temporada deste MC intrigante.

Nunca antes foram deixadas tantas questões em aberto para a temporada seguinte como agora. Aliás, e em comparação com as anteriores season finales, esta foi a temporada que menos nos deixou com a sensação de "closure" no seu final.

O clube encontra-se naquele que será, provavelmente, o seu momento mais crítico, e por motivos tanto internos como externos. Jax como novo presidente, quando todos os seus planos até este momento eram para já estar bem longe do clube e de Charming. Oppie em paradeiro incerto, consumido por sentimentos de desconfiança e revolta e desejo de vingança. Bobby detido com base em acusações feitas por outro membro do clube (Big Otto).

Para além disto, há ainda as relações externas de SAMCRO com outros grupos. Sabemos que os Niners vão querer retaliar pela ação de Tig. A relação com o RIRA está tremida e dependente da recuperação e vontade de Clay. A situação com o cartel Galindo revelou-se ser mais delicada e perigosa do que se podia imaginar, e sem fim à vista. E há ainda uma nova ameaça: Damon Pope. É pai de Rebecca Pope (vítima mortal do drive by de Tig) e pouco sabemos sobre ele, a não ser o facto de ser um mafioso/gangster muito perigoso e poderoso.

Sem dúvida, esta temporada promete. E, para já, podemos abrir a bolsa de apostas com: Quem acha que Oppie ainda volta para dar o seu derradeiro voto de confiança a Jax e ao clube? Let the ride begin! Publicado


texto: Joana
Adaptação: toninho

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A AMIZADE, OS MOTO CLUBES E O DIREITO CIVIL

Caros amigos incidentais, companheiros de jornada, amigos de motoclube, usuários de veículos de duas rodas, gente diversa e versada em discutir sobre como desfrutar da motocicleta (e de como consertá-la às vezes), das viagens, dos relacionamentos em grupo, e de nós que driblamos os problemas da vida pilotando e fazendo parte da paisagem, bem vindos à vida.


Eu vou começar falando de direito civil, o pouco que entendo, aprendido por osmose em escritórios de advocacia, além dos cursinhos preparatórios para concursos. Na vã tentativa de fazer um estatuto para o moto clube a que pertenço, fui pesquisar nas leis das quais ainda lembrava, tentando quase desesperadamente enquadrar os motoclubes nas regras de associações, até mesmo para facilitar explicação do texto que havia reformado. Ainda não consegui.

Mas posso dizer pela minha pequena experiência que, há algo que acontece no funcionamento dos motoclubes que os tornam uma figura jurídica muito peculiar, “sui generes”, como denominado no latim e no jargão do direito. Há elementos de organização que dependem da bondade de cada membro, já que ninguém é obrigado a ajudar aos membros/conhecidos, muito menos a um estranho. É uma entidade que depende mais do coração do que das leis...


E por falar em ajuda, eu devo confessar que entrei no meio motociclístico acolhido pela bondade dos motociclistas que conheci ao longo desses quatro anos, os quais são, agora, minha terceira família. Muitas vezes até pensei em desistir e andar só pelas estradas que eu sentisse confiança em rodar. Mas a cada dia que passa e a cada novo amigo que faço, que reconheço entre tanta gente no mundo, me convenço mais ainda que encontrei o meu lugar.

Tento nunca rejeitar uma mão estendida e posso dizer de peito aberto, nos meus trinta e oito anos, encontrei várias. A maioria na hora certa. Mas nunca tinha encontrado tanta gente disposta a ajudar ao mesmo tempo. A literatura que trata dos grupos urbanos sempre se refere a afinidades, aos desejos e gostos em comum, música, esportes, vestimentas, como o motivo pelo qual esses grupos surgem e fator também de dissolução dos mesmos assim que a afinidade acaba. Mas até participar de um motoclube não tinha vivenciado essa experiência de união.


Recentemente, ao voltar do Moto Chico de Petrolina, recebi uma lição de humildade para ter ainda mais certeza do que escrevi acima. Viajando em dupla, posto que mais nenhum dos meus irmãos de clube pôde ir, posso dizer que foi uma viagem meio atrapalhada no inicio. Pela manha chovia muito e a visibilidade era ruim, já que saímos nas primeiras horas da manhã. Doze horas e vinte minutos depois tínhamos atravessado setecentos e sessenta e dois quilômetros, sem nenhum incidente. É o Criador cuidando do equilíbrio universal, e dispensando um pouco de energia aos esforçados.

Mas foi na volta onde corremos muito perigo. O pneu dianteiro da motocicleta do meu companheiro de viagem furou. Então ele sacou um reparo instantâneo para pneu, mas não funcionou, posto que o a câmara rasgou rente ao pito. A partir desse momento eu tive realmente medo. A estrada onde estávamos cortava o “xique-xique” e nem mesmo tinha sinal o celular. Eu não podia acreditar que isso aconteceria no momento onde começássemos a tomar o caminho de volta, em pleno domingo.


Mas, como eu disse no início, os motoclubes são entidades atípicas. E nesse momento de aflição, onde o perigo é iminente e não se consegue pensar em muita coisa a não ser em como pedir socorro, é que surgem diversas mãos para nos socorrer. E, como várias cabeças pensam melhor que uma, tentamos varias soluções até reunirmos as condições necessárias para, com poucas ferramentas e muita boa vontade, sanar o defeito e seguir viagem, agora num comboio, e, portanto, mais protegidos. Engraçado como a ajuda chega sem ao menos termos pedido.

Pessoalmente tinha passado pelo mesmo sufoco há um ano, mas a ajuda veio do meu próprio grupo. Um membro do meu motoclube sacrificou o domingo com a família para dirigir durante quase dez horas e ir buscar minha motocicleta com o motor batido e eu. Mas, na situação anterior eu me encontrava em uma cidade, não no meio da caatinga.

No caminho, ajudamos outro motociclista com problemas, que havia sido deixado para trás por um grupo não identificado ao qual pediu a companhia, foi acolhido pela compaixão presente nos homens que também estavam me ajudando. Coisa típica de moto clube. Atitude de pessoas inclinadas a ajudar os outros. Seja de que jeito for, é assim que somos, sem unanimidades, sempre com paradoxos. Há outros extremos. Acontece em todo grande grupo. Sem queixas nem mágoas, eu fico do lado daqueles que acreditam que “o melhor exercício para as costas, é inclinar para ajudara levantar quem está caído”.


Texto: Joel Gomes
Colaboração: Rafael Henrique
Edição: Cleyton Silva

Agradecimentos: numa tentativa quase desesperada de homenagear os mais novos membros da minha terceira grande família.